A união de arte e educação para a formação de profissionais conscientes
Você já parou para se perguntar quanto tempo do seu dia consome arte? Sim, você leu certo. Afinal, você já deve ter recebido alguma mensagem do seu celular dizendo quantas horas gasta na tela por semana, informando até o tempo gasto por aplicativo. Então, novamente te pergunto: quanto tempo da sua vida você separa para a arte?
Essa pergunta pode parecer estranha. E é mesmo. Quer ver?
Vamos voltar para mais de 2.000 anos atrás. Arte na Grécia Antiga estava presente no dia a dia das pessoas que viviam na pólis, nas mais diferentes manifestações: teatro, literatura, música, artes visuais. O que vemos hoje é um distanciamento da arte na nossa rotina, como se tivéssemos que marcar dia e hora para apreciá-la ou vivenciá-la, como se arte fosse decorativa, restrita aos salões e galerias, para dar apenas um exemplo.
Quando falamos em arte e educação, seguimos pelo mesmo caminho: são muito poucas as instituições de ensino no país que compreendem a relevância de implementar iniciativas artísticas e culturais como parte da formação de cidadãos com pensamento crítico e reflexivo. O que encontramos é arte compreendida como uma pequena "disciplina" dentro dos currículos de formação, destinando o mínimo possível de uma carga horária de forma a "resolver" essa lacuna.
O mundo caminha para transformações nas relações e profissões cada vez mais velozes com a Revolução 4.0 e seus desdobramentos. As tecnologias disruptivas, como a Inteligência Artificial, trazem indagações e inquietações sobre o futuro da educação, em um contexto ainda incerto sobre os rumos da aprendizagem. As discussões sobre inovação em sala de aula pressupõem que, em uma sociedade hiperconectada, os espaços e instituições educacionais devem compreender a necessidade de se adaptarem constantemente ao novo. A relevância da esfera educacional para essa transformação social e econômica nunca foi tão fundamental como agora, pois novas habilidades e competências surgem a cada instante para dar conta da complexidade de informações e demandas do universo presencial e digital.
A Tabela abaixo apresenta as dez principais habilidades esperadas para o profissional do futuro até o ano de 2025, resultantes das pesquisas realizadas no estudo do World Economic Fórum. Interessante observar as habilidades socioemocionais em destaque como criatividade, iniciativa, resiliência, tolerância ao stress, flexibilidade e bom-senso. Compreendendo que, para encarar o mercado de trabalho é preciso uma combinação de fatores que envolvem competências cognitivas, sociais e emocionais e, que a universidade possui um papel determinante para o desenvolvimento dos indivíduos nos âmbitos social, interpessoal, pessoal e profissional: é aí que entra a Arte.
Fonte: World Economic Fórum, 2020.
Para além da necessidade de desenvolver apenas competências técnicas para a formação do seu egresso, as universidades se encontram, então, no desafio de desenvolver habilidades e qualidades transversais.
O aluno universitário é o sujeito que interfere e ressignifica a sua trajetória de aprendizagem, interagindo com a informação a partir de suas estruturas cognitivas, culturais e emocionais. A constatação do desenvolvimento de competências socioemocionais no processo de aprendizagem e na formação do profissional, só alarga a relevância da práxis artística na Universidade.
Arte nos conecta com o universo, com as questões existenciais do Homem e seus conflitos. Somos uma fonte inesgotável de conhecimento e uma vida não dá conta disso.
Ao experienciar arte no processo de formação, independente da carreira escolhida, o indivíduo aguça sua sensibilidade, alargando o seu olhar para novas possibilidades, tendo mais segurança e fundamento para questionar e, consequentemente, aprender.
E agora? Faz sentido a pergunta inicial? Quanto tempo você dedica para arte no seu dia?
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